Júlio Pomar - Poetas 1983 *
(...)
Il y a des livres qu'on lit en marche
[et c'est aussi á cause de leur format];
Tels sont pour les forêts, tels pour d'autres
campagnes. (...)
André Gide, Ronde des Livres
Celebra-se hoje o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, é sabido!
A melhor maneira para expressar a importância dos livros em meu dia-a-dia é deixar aqui curtos excertos de alguns livros.
Seria infindável a pincelada de letras! São tantos tantos os que gostaria aqui esboçar!!
É que os livros são o meu respirar, o meu salto para o universo, os sons mudos que me acompanham na ausência do viver!
em cada página, o teu olhar. em cada montanha,
a tua voz. deixa-me falar contigo. lembro-me
tão bem de tudo o que me disseste. (...)
José Luís Peixoto, Os Livros, A Casa a Escuridão,
Temas & Debates, Outubro 2002
"Não podiam, no entanto, furtar-se ao odor, dado que o odor era irmão da respiração. Penetrava nos homens em simultâneo com ela; não podiam erguer-lhe obstáculos, caso lhes interessasse viver. E o odor penetrava directamente neles até ao coração e ali tomava decisões sobre a simpatia eo desprezo, a repugnância e o desejo, o amor e o ódio.
(...)
Pretendia exteriorizar o seu mundo interior, apenas isso, o seu mundo interior que ele achava mais belo do que tudo o que o mundo exterior tinha a oferecer-lhe. (...)
Patrick Süskind, O Perfume, Editorial Presença, 1994, 8ª edição
"Tenho de reparar vivissimamente nas coisas, enquanto são ainda coisas para reparar, fixar-me no instante em que uma cor é miraculosamente uma cor, e um cheiro me afecta na sua realidade misteriosa e um som, um ruído - Ca...an...ta! "(...)
Vergílio Ferreira, Para Sempre, Livraria Bertrand, 1983
Não sei como dizer-te que a minha voz te procura
e atenção começa a florir, quando sucede a noite
esplêndida e casta.
Não sei o que quer dizer, quando longamente teus pulsos
se enchem de um brilho precioso
e estremeces como um pensamento chegado.(...)
-eu não sei como dizer-te que cem ideias,
dentro de mim, te procuram. (...)
Herberto Hélder, A Colher na Boca, 1961
"Abri os olhos. À minha frente estava uma senhora, não muito jovem, acima dos cinquenta, pareceu-me, pelas pequenas rugas em volta dos olhos, mas com um rosto luminoso, ainda fresco. Algumas madeixas brancas, quase imperceptíveis, como se as tivesse descolorado de propósito, uma coqueteria, como que para dizer não pretendo fazer-me passar por uma rapariga, mas também não aparento a idade que tenho. Era bonita, mas em jovem deveria ter sido lindíssima. Estava a acariciar-me a testa." (...)
Umberto Eco, A Misteriosa Chama da Rainha Loana,
Diffel, 2005
Debaixo da amendoeira da tua amiga,
Quando a primeira lua de Agosto
Se levantar em cima da casa,
Poderás sonhar, se os deuses sorrirem,
Sonhos de um outro.
Antiga canção chinesa
Miosótis (pseudónimo)
fragmentos da noite com aromas de livros, sons de Only when I sleep - The Corrs - unplugged, MTV Productions Europe, 1999
23.04.2006* Poetas: Baudelaire, Poe, Mallarmé, Pessoa
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