Sunday, May 25, 2008

Sonhos em imagens




Fotografia retirada da Internet 
(sem referência de autor)
www.google.com

"Qualquer objecto (criado directamente pela natureza ou fabricado pela mão do homem) é um ser dotado de vida própria e gerador de uma multiplicidade de efeitos. O homem está constantemente exposto a estas «irradiações» psicológicas.

A «Natureza», ou seja tudo o que cerca o homem em constante mutação, faz vibrar constantemente as cordas do piano (alma ) através das teclas (objectos).

Consequência: a escolha do objecto nasce do Princípio da Necessidade Interior."
Kandinsky, Do Espiritual na Arte, 
Publicações Dom Quixote, 1987

Esta citação para chegar à compreensão da possível motivação na escolha das imagens com que vou povoando os meus espaços, que mais não são do que prolongamentos de um ser que se despoja de seus estados interiores. Não de todos. 

Impressões descompassadas, profundas de uma alma em tranquilidade aparente. O som velado e puro.

Então, que me segredam as imagens? Sonhos?





Vision
credits: Gregory Colbert


Sonhos. Não sei por que me meti pelo sonho! É uma estado tão difícil de exprimir! Sensações estranhas, ora doces ora amargas, que nos transportam, tantas vezes, para além dos tempos, de espaços!

Os sonhos sentem-se, vislumbram-se, guardam-se religiosamente em imagens ternamente construídas, algumas vezes ostentadas, tantas vezes escondidas, sentimentos que nos dão vida!

Mas, falar de sonho... para que me ponho eu a divagar sobre o impossível! Não sei! É impossível falar de sonhos!


The images depict a world that is without beginning or end, here or there, past or present.”

Gregory Colbert, Creator of Ashes and Snow


Miosótis (pseudónimo)

fragmentos da noite com flores, divagações de sonhos, som Ane Brun, Changing the Seasons

25.05.2008
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Saturday, May 17, 2008

Tudo o que Perdemos: filme






Things We Lost in the Fire
Susanne Bier/ Allan Loeb, 2007
http://www.imdb.com/


Uma proposta que vale a pena, o filme de Susanne BierTudo o que Perdemos tradução de Things We Lost in the Fire.

Não é um filme fácil ou confortável em dias mais intranquilos. É, sem dúvida, uma excelente história, numa narrativa bonita, humana, um diário de perdas e reencontros em que 're'aprendemos a valorizar as pessoas!

“It’s about catharsis and recovery,” he proclaims. “That’s all I say. That is what it’s about. But it’s also about friendship.”

Allan Loeb




Things We Lost in the Fire
Susanne Bier/ Allan Loeb, 2007


A vida de Audrey Burke (Halle Berry) fica despedaçada com a inesperada morte do marido. Devastada, Audrey procura um ombro no melhor amigo do seu marido, Jerry Sunborne (Benicio del Toro), um antigo advogado que se enredou numa espiral de droga e azar. Juntos, esforçam-se por reequilibrar as suas vidas.

Things we lost in the fire realizado por Susanne Bier tem como actores Halle Berry e Benicio Del Toro nos papéis principais.





Things We Lost in the Fire
Susanne Bier/ Allan Loeb, 2007

Só por si, este último, levar-me-ia a não perder este filme. 
Até porque não são muitas as vezes que temos a oportunidade de o ver actuar! 

Benicio Del Toro tem uma interpretação brilhante neste drama poderoso! Não deixa, no entanto, de ser bem acompanhado por Halle Berry.

Os dois conseguem passar todas as emoções inerentes à situação de cada uma das suas personagens, num esforço comum de recuperação, tornando o filme muito real!






Produzido por Sam Mendes, o realizador de “American Beauty” (1999) ou “Road to Perdition” (2002), sem dúvida outra referência a não esquecer!

“It’s a very moving, touching original story,” he says. “It’s very rare to find movies that, on the one hand, are personal stories about human beings interacting, but on the scale necessary to be a motion picture as opposed to a piece for television.”

Sam Mendes

De imediato interessado no script de Allan Loeb, Mendes partiu em busca do realizador ideal. Neste caso, realizadora!


“I felt that it needed a very distinctive voice in terms of a director,” he says. “I wanted it to be as personal a piece of filmmaking as it was a piece of screenwriting".

Comparando-a a Fernando Meirelles,
Alejandro González Iñárritu e outros talentosos realizadores contemporâneos de países de língua não inglesa, nela encontrou receptividade imediata.

“Like Susanne’s work, their movies tend to have a similar aesthetic… handheld, a little rougher, grittier and very distinctive…not as conventional as some equivalent moviemaking in this country and my native England,” 


Sam Mendes

Bier que buscava o argumento ideal para fazer a sua iniciação no cinema americano, ficou profundamente agradada com o script de Loeb e deixou-se envolver pela trama psicológica de duas pessoas atingidas pelo drama da perda. 

“I’m always interested in what happens to people in extreme situations. I felt this story was familiar, but at the same time it made me curious…because it was about something that really could happen,” she says. “And I also loved the idea of working with Sam Mendes, which I thought would be stimulating and a lot of fun.”

Susanne Bier





Benicio Del Toro | Halle Berry
http://www.imdb.com/

Del Toro fez uma séria pesquisa sobre dependência de drogas, para esta sua interpretação. Falou com médicos especializados, e frequentou sessões dos NA (Narcotic Anonymous).

“I think it was Kurt Cobain who said something along the lines that people need to get high to feel the enthusiasm that they felt as a kid,”

Benicio Del Toro

Outro ponto alto do filme: a banda sonora do argentino Gustavo Santaolalla bem conhecido pelos trabalhos em The Motorcycle Diaries, Babel e Brokeback Mountain, e do sueco Johan Sodergvist.

“This is not a message movie. I hate message movies. But I do like stories with content, and I do like stories which, though they appear to be deceptively simple, stay with you after you’ve seen them and spark discussion.”


Susanne Bier



... mas é sem dúvida uma história que nos prende, nos faz reflectir, nos motiva a debater...




Miosótis (pseudónimo)

fragmentos da noite com flores

17.05.2008
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Saturday, May 10, 2008

O lugar dos aromas



Fabrice Coffrini/AFP 2007



Fabrice Coffrini
/AFP 2007


http://news.yahoo.com


"Foi então que me atingiu um odor escuro e selvagem, forte demais para ser civilizado, poderoso em excesso para ser escondido. Um odor tão violento que só pode pertencer à noite ou àqueles momentos de solidão que não podem ser compartilhados.
(...)

O cheiro é um mundo... E também uma recordação."
Radhika Jha, Aroma
Publicações Dom Quixote, Junho 2002





Miosótis (pseudónimo)

fragmentos da noite fresca, aromas e litanias

10.05.2008
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Sunday, May 04, 2008

Miosótis para minha mãe...




Mãe! Vem ouvir...
Mãe!
Vem ouvir a minha cabeça a contar histórias ricas que ainda não viajei. (...)

Almada Negreiros, Confidências


Mãe que deixaste de ouvir
minhas mágoas profundas
viagens que nunca fiz
caminhos que não percorri.
Vem ouvir...
 
Mãe! Senta-te a meu lado
e ouve-me em silêncio...
Lembras-te?
Sonhavas-me mil carinhos
de fadas e duendes rodeada
enquanto poisavas sob
meus cabelos
miosótis azuis e rosa
e soltavas teus sortilégios sábios
abençoando-me em cálidos olhares.

Mãe! Passados que são os anos

teus anseios aprisionados
ficaram das negras nuvens.

Chorarás tu por mim?


Depois de tantos afectos
nas tuas preces aspergidos
os deuses se quedaram
inertes e silenciados...
 
Mãe!
Teus abraços eternos
de encontro a meu âmago
com laivos imensos
de ternura
eu guardo e venero
para sempre, Mãe!
 
Para ti Mãe

Miosótis (pseudónimo)

fragmentos de ternura, para ti Mãe que amavas flores de miosótis.

04.05.2008
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