Sunday, January 19, 2014

Paisagens de Inverno






Pitões das Júnias | Montalegre 
créditos: António Cunha





Serra | Montalegre 
créditos: António Cunha





Serra | Montalegre 
Foto: António Cunha


"depois do Outono, o inverno por que eu esperava;
a neve crepuscular em que vivemos há alguns dias tornou-se o fundo da minha incerteza por eu não saber o que cabe (...) em mim; "

Maria Gabriela LLansol, Contos do mal errante

Não, desta vez o inverno não entrou de repente. Há muito se instalou. O branco tem pintado as paisagens mais altas, espalhando em silêncio este branco-anilado, recortando a paisagem local. 

O azul nem sempre se abre. Permanece muito mais embrulhando nas nuvens plúmbeas. 

Eu olho, sob o impulso de viver. E quando os ventos frescos sopram, névoas invadem a minha nostalgia das noite quentes.

Sinto os aromas do frio agressivo que não tem poupado a cidade. Não neva. Mas faz frio. Desaconchegante.

O ar gélido pairou o dia inteiro e desceu pela noite. Tanto frio. As luzes ilumninaram-se, cobrindo a armosfera que se exibe lá fora. Sei que o frio não fundirá o gelo.

E se vos disser que o pássaro sem primavera teima em chilrear pela madrugada, quando a chuva não o fustiga com braveza? Bem pela madrugada. 

Ilusão? Não! Posso garantir que ele vem, algumas noites, mal se adentrou Janeiro.


"Já estou calma. Não menos triste; 
tentar dizer o que uma coisa é, é viver;"

Maria Gabriela LLansol, contos do mal errante,
edições rolim, 1986

Miosótis (pseudónimo)

fragmentos da noite com flores

19.01.2014
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