Monday, March 21, 2011

Peónias para o Japão




Peónias
créditos: Autor não identifcado


Eu não sei o que escrever sobre a tragédia que se abateu sobre o Japão!  

É como se não encontrasse nada que pudesse tocar a sensibilidade de tantos seres!



E lembrei uma flor! A peónia, flor do amor segundo a simbólica do feng-shui.

O nome da flor, descobri-o na poesia de Wang Wei, um dos meus poetas de culto. Viveu na velha China, entre 701-761. 


Uma descuidada harmonia luminosamente verde,
   o matiz do vestido intensamente rubro,
O âmago da flor, com medo de sofrer,
   talvez um coração, com cor da Primavera.

Wang Wei, A peónia vermelha, Poemas de Wang Wei*

Quanta coisa se alterou perante o olhar! Um olhar sem dogmas estampados no pensamento. Apenas o olhar!

Aquele olhar de eterna dor, uma dor tão funda que trespassa o visível e pressente a alma dos ausentes, em diferentes e íntimas paisagens. 

Presenças universais.

Há recônditos de seres que vivem escondidos no coração dos que amam, ouvindo preces.

Afundam no céu. Paz. Eternidade.


Miosótis (pseudónimo)


fragmentos da noite com flores, em singela prece para o Japão


21.03.11
Copyright ©2011-fragmentosdanoitecomflores Blog, fragmentosdanoitecomflores.blogspot.com® 


Tuesday, March 08, 2011

A Jill Clayburgh no Dia Internacional da Mulher !






Jill Clayburgh [1944-2010]

A actriz norte-americana Jill Clayburgh morreu em 5 Novembro 2010, depois de uma  luta contra a leucemia que durou anos. Tinha 66 anos.

Jill Clayburgh começou a carreira nos anos 60, na Broadway, mas foi no cinema que se destacou, dando vida a mulheres fortes e independentes.





Jill Clayburgh
An Unmarried Woman
Paul Mazursky, 1978

Em 1978, recebeu o Prémio Melhor Actriz no Festival de Cannes, pela sua interpretação no filme An Unmarried Woman de Paul Mazursky.







Nesse ano, o mesmo filme valeu-lhe também uma nomeação para o Oscar de Melhor Actriz.

Em 1979 voltou a ser nomeada para o Oscar de Melhor Actriz pela interpretação em Starting Over, em que contracena com Burt Reynolds e Candice Bergen.

Contracenou com Donald Sutherland na série televisiva 'Dirty Sexy Money' (USA 2010)






Jill Clayburgh participou em mais de 70 filmes. Não foi supresa para ninguém quando em 1999, Entertainment Weekly nomeou Jill Clayburgh na sua lista Hollywood's 25 Greatest Actresses

Durante décadas, entregou-se a fantásticas interpretações, numa variedade de papéis/ personagens incríveis.

Via-a há duas semanas no seu último filme! Love and Other Drugs, ao lado de Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway. O filme está agora em exibição nas salas de cinema.

Passa já após a sua morte. A sua personagem é fugaz. Mas conserva o carisma que sempre lhe conhecemos. Notava-se, no entanto, que algo estaria perto...

Aqui um testemunho dos actores que contracenaram com Jill no filme, não sabendo eles que se encontrava muito doente.






Este é o meu tributo no Dia Internacional da Mulher, 2011. A Jill Clayburgh!





Remembering Jill Clauburgh [1944-2010]
credits: unknown
via Google Images

A Jill Clayburgh, pela coragem de lutar 22 anos contra a leucemia que a devorou, pelo perseverança de continuar a dar-nos impressionantes personagens, até final, pela doçura do olhar, pela partilha de emoções.


Miosótis (pseudónimo)


fragmentos da noite com flores

08.03.2011

Copyright ©2011-fragmentosdanoitecomflores Blog, fragmentosdanoitecomflores.blogspot.com®


Sunday, March 06, 2011

Impressões de Primavera





Roslan Rahaman/AFP Getty Images


The Guardian/Environment
http://www.guardian.co.uk/environment


Il est des jours - avez-vous remarqué ? -
Où l'on se sent plus léger qu'un oiseau, 
Plus jeune qu'un enfant, et, vrai ! plus gai 
Que la même gaieté d'un damoiseau.

L'on se souvient sans bien se rappeler...
Évidemment l'on rêve, et non, pourtant.
L'on semble nager et l'on croirait voler.
L'on aime ardemment sans amour cependant

Tant est léger le coeur sous le ciel clair 
Et tant l'on va, sûr de soi, plein de foi 
Dans les autres, que l'on trompe avec l'air 
D'être plutôt trompé gentiment, soi.

La vie est bonne et l'on voudrait mourir, 
Bien que n'ayant pas peur du lendemain, 
Un désir indécis s'en vient fleurir, 
Dirait-on, au coeur plus et moins qu'humain.

Hélas ! faut-il que meure ce bonheur ? 
Meurent plutôt la vie et son tourment !
Ô dieux cléments, gardez-moi du malheur 
D'à jamais perdre un moment si charmant.



Paul Verlaine, impression de printemps




Deliciosa esta ode à primavera de Paul Verlaine, poeta a quem dediquei meu último post a propósito da inquietação da Association des Amis de Paul Verlaine

Na sequência, o artigo 'Que va devenir la maison de Paul Verlaine à Metz?' a ler aqui

"Et alors il se rappellera de vieux souvenirs, qui se reflètent dans ses oeuvres et dans sa correspondance… Souvenirs d’amourettes d’enfants avec « Mathilde » sur l’esplanade, souvenirs de la cathédrale « si bizarre, un peu folle, avec son unique tour centrale ».*

Avec ses fenêtres donnant sur l‘école d’Application de l’Artillerie et du Génie(actuel cercle des officiers) il pouvait voir tous les matins « sortir en cortège équestre les futurs officiers d’armes spéciales ».

na World Book Night 2011, um olhar sensível na contemplação da primavera que se avizinha, o poema de Paul Verlaine faz-nos partilhar da inquietação de todos os que amam a sua obra. 


Miosótis (pseudónimo)

fragmentos da noite com flores
05.03.2011


Copyright ©2011-fragmentosdanoitecomflores Blog, fragmentosdanoitecomflores.blogspot.com®

* Excerto do artigo elencado 'Que va devenir la maison de Paul Verlaine à Metz?'