O azul indigo tem uma simbólica que gostaria de referir com esta citação:
Think of me. I am the colour of silence. You hardly notice me, but without me you all become superficial. I represent thought and reflection, twilight and deep water. You need me for balance and contrast, for prayer and inner peace.
(autor desconhecido)
Talvez seja por estar em fase azul indigo que me impeço de escrever sobre meus sentires.
Deixo pequenos excertos de leituras feitas, outras iniciadas. Espero que possam fruir, tendo por imagem de fundo esta fabulosa panorâmica. Cativou-me pelo tom do azul em noite de lua cheia.
"O olfacto podia ser a terceira frente, a fronteira desconhecida para atacar o modo de entrar no subconsciente das pessoas sem que elas dêem por isso. Mais poderoso do que as palavras ou imagens, desconhecido, inexplorado, diferente."
Radhika Jha, Aroma,
Publicações Dom Quixote, 2001
"Os sonhos não determinam o lugar onde vocês vão chegar, mas produzem a força necessária para vos tirar do lugar onde estão. Sonhem com as estrelas para que possam pisar pelo menos a Lua. Sonhem com a Lua para que possam pisar pelo menos os altos montes. Sonhem com os altos montes para que possam ter dignidade quando atravessarem os vales das perdas e das frustrações."
Augusto Cury, Filhos Brilhantes, Alunos Fascinantes,
Editora Pergaminho Lda., 2006
"A Irlanda é um país de poetas e de lendas, de sonhadores e rebeldes. E a música envolve todos por completo. São melodias para dançar ou chorar, para a batalha ou para o amor. Em tempos antigos, os harpistas viajavam de um lugar para outro, (...) Os harpistas e os seanachais - os contadores de histórias - eram bem recebidos por toda a parte, [...]. O dom que espalhavam pela Irlanda era sempre apreciado, mesmo nos palácios do mundo das fadas, sob as verdes colinas.
(...)
pegou numa partitura e sentou-se ao piano. Com alguma dificuldade, mordendo o lábio, encontrou o dó médio no meio do teclado. Lentamente começou a tocar, uma nota de cada vez.
Era adorável, é claro. Tudo o que Shawn compunha era lindo. (...) Ele acrescentara palavras àquela melodia, como fazia com frequência. Brenna limpou a garganta e tentou adaptar a voz a cada nota.
À noite, quando estou sozinho e a lua derrama
as suas lágrimas,
sei que o mundo voltaria a ser maravilhoso
se estivesses aqui.
Sem ti, o meu coração fica vazio,
apenas com a lembrança que guarda.
Tu só tu existes dentro de mim, à noite,
quando a lua chora.
Brenna parou. Suspirou já que não havia ninguém que a ouvisse. As canções de Shawn deixavam-na sempre comovida, mas desta vez era um pouco mais profundo. E um pouco mais genuíno.
Lágrimas da lua pensou ela. Pérolas para Lady Gwen. Um amor que pedia mas que não podia ser atendido."
Nora Roberts, As Lágrimas da Lua,
Saída de Emergência, Edições Fio da Navalha, 2006
"Não chegara ainda à adolescência, quando o Papagaio Verde adoeceu, (...)
Um dia, quando arquejante da rua e das escadas, cheguei à varanda e o Papagaio Verde estava inerte, (...) Levei-o para a sala, deitei-o nas almofadas, puxei a cadeira para junto do piano, e, enquanto com os dedos da mão esquerda lhe apertava a pata, toquei só com a direita a música de que ele mais gostava. As lágrimas embaciavam-me as teclas, não me deixando ver distintamente. Senti que os dedos dele apertavam os meus."
Jorge de Sena, Homenagem ao Papagaio Verde e outros contos,
Público, 2004
" - Mais uma metáfora - alvitro eu.
- Exactamente. Uma recíproca metáfora. As coisas no exterior são projecções do que tens dentro de ti, e o que tens dentro de ti é uma projecção do que te rodeia. Por isso, quando entras no labirinto exterior que te cerca, estás ao mesmo tempo a penetrar no teu labirinto interior. Uma odisseia perigosa, sem sombra de dúvida."
Haruki Murakami, Kafka à beira-mar,
Casa das Letras/Editoral Notícias, 2006
Miosótis (pseudónimo)
fragmentos da noite com flores, som de Eliane Elias, Time alone, Dreamer, BMG Music, 2004
15.08.2006
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