O Inverno tem descido rigoroso. Pesado. Já basta não se poder sair de casa. Nem há horizonte para se mergulhar o olhar. Só nuvens espessas, embrenhadas no nevoeiro.
Se por um lado obriga as pessoas a ficarem em casa, por outro, a vitamina sol faz falta. E a tristeza, o desconforto descem.
Bem gostaria de estar na varanda a olhar o mar lá longe em dias de horizonte limpo. Luminoso. Mesmo com Sol de Inverno.
A minha rua está cheia de carros estacionados, adormecidos, como que sem dono. Não há crianças nas ruas. Nem por trás das janelas. Não há os risos de adolescentes, vozes de adultos. Silêncio absoluto na praceta.
Não vejo a luz ao fundo do túnel perdida no nevoeiro denso que não deixa vislumbrar um pouco de azul. Como criar beleza sem azul?
Gosto muito de estar em casa. Adoro o meu cantinho, tiro proveito dele, faço o que me apetece. E por vezes nada. Não tem sido fácil.
Lá me entrego ao meu treino dentro de casa. A minha prática de yoga. Não posso deixar que a falta de vontade supere o que tanto gosto de fazer.
Venha o Sol, meu Deus! Criação divina.
Miosótis (pseudónimo)
28.01.2021
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* Obras de Ana Hatherly sem referência de origem.
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