Sunday, January 27, 2008

Plano de uma tarde de domingo




Thinking about today's plan
Fotografia: Yoshiko314


Este é o meu canto mais intimista, sem dúvida! E quando aqui escrevo, raramente fujo ao que sinto!

Atravesso um momento de grande introversão que me inibe assustadoramente de comunicar o que me vai na alma!

Vários acontecimentos me rasgaram as entranhas, e daí não sentir alento para escrever.

Prefiro parar por momentos...


Deixo uma homenagem sufocada a um ser que tombou a meu lado, no meio da multidão, no final da tarde de sexta-feira, algures na cidade.


Não sei quem, nem em que lugar,

mas alguém me deve ter morrido.

Senti a morte num arrepio da tarde.

Qualquer amigo, um dos vários

que não conheço e só a poesia

sustenta.(...)

Eugénio de Andrade, Arrepio da Tarde, Os Sulcos da Sede,
Quasi, 2007, 5ª edição


Miosótis (pseudónimo)

fragmentos de uma tarde de domingo, som Apologize, Timbaland

27.01.2008

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11 comments:

Å®t Øf £övë said...

Miosótis,
Todos nós vivemos momentos assim, em que a melhor companhia é a nossa própria solidão.
Fico a aguardar que essa tua fase mais introspectiva passe rapidamente, e que voltes então a sentir vontade de exprimir os teus sentimentos.
Beijinhos.

Mar Arável said...

Eugénio de Andrade

sempre

... said...

Inclino a cabeça em gentil homenagem a quem tão delicadas palavras escreve.

Há dias assim.

Mateso said...

Também senti a dor de alguém que partiu, alguém particularmente querido,nem sequer ainda passou um mês. Todavia, o popular interior de sensações, dores e tristezas, alargam a capacidade íntima de acarinhar e espicaçam a sensibilidade tornando.nos mais perceptíveis ao passar dos outros que estão ao nosso lado.
Vais ver que assim será.
Beijinhos.

Zé Miguel Gomes said...

E por vezes, nem a poesia nos sustenta...

Fica bem,
Miguel

Nilson Barcelli said...

Percebo-te.
Mesmo sem cá aparecer durante tanto tempo... nem saber quais foram os acontecimentos que te rasgaram as entranhas.
Principalmente porque a importância dos blogues é relativa.
Conmo tudo na vida, de resto...

Beijinhos.

Jose said...

Momentos únicos quando sentimos que nada tem sentido.
Ainda bem que tens esses momentos porque depois vem o momento único de renascer.

Um beijo miúda


José

Manuel Veiga said...

belo Eugénio de Andrade. desejo que a paragem seja breve....

O Profeta said...

Os pesares dividem as marés
A idade do ouro ainda tarda
Os anos passam como gotas varridas
Por um tempo que retrata o nada


Convido-te a saborear um absinto no meu espaço
pela Taça de Fino Ouro



Mágico beijo

un dress said...

plano.

sustentável.




*

Klatuu o embuçado said...

Um plano que conheço bem, mas sou mais desarrumado e aqui não há chocolates...