Sunday, September 30, 2007

Dia Internacional da Música : Não impeças a música !




Bjork
créditos: Guillaume Baptiste/AFP 2007





Tim Booth - James
créditos: cameraman metallico





Sigur Rós
créditos: Jean Bernard Sibier/AFP 2007





Thorn Yorke - Radiohead

créditos: Matk Humphrey/AP 2007





Woody Allen 
créditos: Autor não identificado
pwp.netcabo.pt



La música es la voluptuosidad de la imaginación

Eugène Delacroix (1798-1863)





Belen Maya
créditosi: Michel Cysek/AFP 2007

Não impeças a música. Que música? Antes de mais, a deste concerto que é a vida humana, onde temos obrigatoriamente de ocupar o nosso lugar, pequeno ou grande. Não somos cigarras que gritam perdidamente no ramos de pinheiro em longo dia de verão. Devemos estar atentos ao que se passa à nossa volta: uma boa parte do nosso destino depende da sensibilidade do nosso ouvido, da qualidade da nossa inteligência e do virtuosimo dos nossos reflexos.

Paul Claudel (1868-1955)


Miosótis (pseudónimo

fragmentos da noite com Vicious Tradition, The Veils, tema do filme A Face Oculta de Mr. Brooks

01.10.2007
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Monday, September 24, 2007

Marcel Marceau, o poeta silêncio







Marcel Marceau
 Marcel Marceau (desenho)
"La parole n'est pas nécessaire pour exprimer ce qu'on a sur le cœur."

Marcel Marceau




Marcel Marceau (1923-2007)

Criador da personagem Bip, ser sensível e poético, inspirado em Debureau e Charlie Chaplin, que lhe permitiu explorar a vida e a sociedade moderna e expor o seu lado trágico.


Pierrot lunar, olhos pintados a carvão, boca de um só traço vermelho, divertido chapéu alto sobre a cabeça, com uma flor vermelha servindo de panache tal Dom Quixote desarticulado em busca dos seus moinhos de vento.




 Credit
Marcel Marceau, 2003

Laurent Emmanuel/Associated Pres
via The New York Times

Deliciou-nos com os seus gestos suaves, tranquilos, silenciosos, impregnados de uma estranha e doce magia trágica que só a alma de um poeta sabe criar.

"A mímica, como a música, sabe como ultrapassar fronteiras e nacionalidades"

Marcel Marceau


Miosótis (pseudónimo)

fragmentos da noite com flores

23.09.2007

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Saturday, September 15, 2007

Utopias de um sonho





Fotografia: Shizuo Kambayashi/AP 2007


Há imagens que nos seduzem de rompante! Olhámos e já está! É como que mergulhar no nosso próprio "eu" translúcido, sereno ou agitado. Estamos lá tão completamente que nem temos tempo de nos distanciarmos o suficiente para discernirmos.




Fotografia: Manan Vatsyayana/AFP 2007


http://news.yahoo.com/photos


Mas, o que é discernir? Racionalizar, analisar, recuar, travar o que nos vai na alma? Então deixa de ser afecto, passa a sensação ou mesmo nada, se inteiramente recusado.

Sim, eis que os meus sentidos apprenderam sòsinhos:

As cousas que não teem significação: teem existência.

As cousa são o único sentido occulto das cousas.


Alberto Caeiro
, O Guardador de Rebanhos, XXXIX


E lá ando eu mergulhada, deambulando vezes sem conta, revendo em cada cambiante de cor um recanto de minh' alma! E assim viajo, transito, espraio-me com languidez, sem pressas nem brusquidão, deixando refrescar cada pedacinho do meu ser, tão sufocado no dia a dia

Mais um ser solitário, no meio de tantos outros, sempre em busca do paraíso perdido, do lenitivo da alma gémea. Utopia de um sonho!

Afinal a Vida é tão pouco, o Ser é quase nada, só lhe resta mesmo o deambular pela Alma!


Miosótis (pseudónimo)

fragmentos da noite, Confortably Numb, Pink Floyd

16.09.2007


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Monday, September 03, 2007

Em tempos soltos de Setembro : Na surpresa de um olhar 'A Eduardo Prado Coelho'




Affection
Joana Rêgo, 2001
Acrílico sobre tela de linho


"Porquê, afinal ? Porque de tempos a tempos há coisas que me tocam. Ainda."

Eduardo Prado Coelho, Tudo o que não escrevi, Diário I
Edições Asa, 1992


E Setembro adentrou-se! Quente, harmonioso, entre céu e mar! Verdadeiro Setembro. Tempo(s) de regressos.





September 
Dave McKean


Um fio de paixão pela escrita recomeçou a emaranhar-se nos dedos tão inquietos quanto o ritmado e fulgente pensamento!

Mãos que poisaram mansamente em tardes quentes, de sabores a maresia e brilho azul-prata. Tempos esparsos de acalmias, percorrendo desenfreadamente as folhas de alguns dos livros que acompanharam meus lugares de interioridade.





 
Tudo o que não escreviDiário I
Eduardo Prado Coelho, 1992
Editora ASA


"Escolho o livro como uma carícia silenciosa, a gesta da reconciliação com o mundo: desejo de fluidez, de ternura que se entorna num gesto desajeitado, esforço para reconduzir a alegria a este rosto encostado à tristeza como a um vidro de aquário."

Eduardo Prado Coelho, Tudo o que não escrevi, Diário I
Edições Asa, 1992, pág 23


Não pretendia continuar com o toque intimista que, sem querer, ou melhor, contra tudo o que planeara, deixei transbordar em quase tudo o que escrevi!

Será difícil, é certo porque eu sou mesmo assim! Mas tentarei, na simplicidade dos afectos.

Alguns acontecimentos me tocaram nestes tempos soltos de final de verão!





Eduardo Prado Coelho [1944-2007]
créditos: Autor não identificado


O mais triste, a partida dolorosa, sofredora, de Eduardo Prado Coelho colheu-me de um toque abrupto, de volta à realidade que não se compadece dos distraídos olhares.

Homem de vasta cultura, "abriu à cultura portuguesa as portas da divulgação internacional e foi entre nós o mais informado divulgador, por mais de três décadas, de autores, de obras, de tendências."

In Memoriam*


"Dias perfeitos, redondos como pedras, nítidos, coincidentes, plenos, drapejados. Contudo nada foi tão perfeito como a relação contigo: um braço sobre os ombros, a mão nos cabelos, a sabedoria da amizade, o afecto infinito. Talvez eu ainda não estivesse preparado para uma tal exigência. Mas pouco a pouco percebi que havia um encontro inadiável."

Eduardo Prado Coelho, Tudo o que não escrevi, Diário I
Edições Asa, 1992, pág 24





Eduardo Prado Coelho
créditos: Botelho, 2007
via Wikipedia


"Se eu tivesse uma ilha, os meus amigos chegavam em barcaças, cantavam baladas de marinheiros, bebiam sidra, deitavam-se com a boca salgada, faziam amor e adormeciam.
Na falta de uma ilha, um livro."

Eduardo Prado CoelhoTudo o que não escrevi, Diário I
Edições Asa, 1992, in Sinopse


"O actor mais disponível, mediático e plural da cena portuguesa da sua geração e do nosso tempo”.

Eduardo Lourenço


Até sempre ! 


fragmentos da noite com flores, em jeito de emocionada homemagem


*RCL nº 38, “Mediação dos Saberes”, Dezembro de 2007, pp. 15-16


03.09.2007

actualizado 03.09.2023
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