Gregorio Borgia | AP
Ainda o Código Da Vinci ! A propósito de uma fotografia, já escrevi em outro espaço sobre a minha visão-leitura do romance.
Cada leitor é imbuído de uma sensibilidade própria, o que torna qualquer leitura subjectiva. E essa mesma leitura sofre alterações subjectivas ainda, quando feita em momentos diferentes e/ou fases de vida diferentes.
Claro que romance por romance - entenda-se género literário - prefiro os de autor literário.
Também leio outros, quando a ficção me sabe prender! Estão neste caso os romances históricos bem construídos!
Dou como exemplo a ficção de Mario Puzo! Sempre apreciei a sua ficção. Escreveu belos romances, apoiado na(s) história(s) de seu país, a Itália!
The God Father | Francis Ford Coppola
Relembro a trilogia Il Padrino que deu estupendos argumentos The God Father, filmes de Francis F. Coppola. Referências indubitáveis da historiografia do cinema.
Mas foram vários os livros que escreveu e que marcam a narrativa contemporânea italiana.
Refiro ainda o último romance histórico, inacabado, La Famiglia, concluído pela sua secretária, já que Puzo não teve tempo de o terminar.
Embora esta tenha utilizado todas as técnicas de escrita de Mario Puzo, o que é certo é que leitores atentos, sentirão a transição quase imperceptível na densidade da escrita! Não é fácil. Nem todos têm o dom da escrita.
The Da Vinci Code | Dan Brown
Bem, voltemos ao filme O Código Da Vinci ou The Da Vinci Code realizado por Ron Howard. Apesar de não ter ficado presa ao livro de Dan Brown, embora reconheça que é um romance mais ou menos bem construído - dados históricos, lendas, códigos misteriosos mesclados de componente policial - a polémica negativada que se gerou, levou-me a ver o filme!
Isto de destruir um filme com vaias e risos, na primeira mostra, no Festival de Cannes (2006), seguido in extremis de críticas brutais, sem respeito pelos excelentes actores, Tom Hanks e Audrey Tatou, entre outros, e o conceituado realizador, Ron Howard, tudo me pareceu demasiado violento, e pouco natural! Já para não falar de ética.
Festival de Cannes, 2006
Nada como ver, para ter a minha visão! Em questões de opinar, não gosto de me deixar conduzir pelos outros!
Toda a adaptação cinematográfica é o olhar de alguém, neste caso, realizador, de parte de uma obra literária. É a sua leitura subjectiva e adaptada a linguagem cinematográfica. Logo, pessoal, diferente.
A própria tradução de um livro é já uma perspectiva mais ou menos próxima do original, já que cada língua tem a sua especificidade! Outra visão, desta vez linguística. Daí preferir sempre que possível e se domino a língua, fazer a leitura na língua origina.
Codigo Da Vinci | filme, 2006
Não vou dizer que é um filme excepcional! Mas de modo algum vi o horror que todos os críticos querem fazer passar! Perseguição?
Penso que Ron Howard (excelente realizador) pegou no lado policial do livro, e construiu um argumento válido, com efeitos visuais interessantes, pese embora a falta de ritmo! O tema também não o permite! Seria banalizar o que é sagrado!
Da Vinci Code | Musée du Louvre
A religião é o lado oculto|sagrado da Humanidade! Longe de mim falar sobre religião! Actos de fé são pertença intima de cada pessoa e de cada civilização. Mas não devemos misturar dogmas com ficção cinematográfica se queremos ser isentos na visão de uma obra, seja ela literária ou cinematográfica.
Da Vinci Code | Musée du Louvre, Pyramide
Em jeito de nota, sublinho os belíssimos espaços do Museu do Louvre e a sua esplendorosa Pyramide que serviram de cenário a este filme.
Miosótis (pseudónimo)
fragmentos da noite de domingo
28.05.2006
Copyright ©2006-fragmentosdanoitecomflores Blog, fragmentosdanoitecomflores.blogspot.com®
13 comments:
Miosotis,
Não me vou alongar muito sobre este tema, porque já te deixei a minha opinião no teu outro espaço, no entanto julgo ainda ser possível acrescentar mais alguma coisinha.
Não pretendo gastar dinheiro com tal pessegada. Se alguém me emprestar o livro, leio-o com uma mola no nariz e tiro as minhas conclusões.
Se puder ver o filme sem pagar, vejo-o. Deve ser um pouco menos mau que o livro.
O historiador e professor catedrático Oskar Skarsaune da Noruega tem estudado em profundidade o fenómeno do Código Da Vinci. Tem participado em vários
debates na televisão e na rádio e é autor dum livro sobre as teorias do romance. (Também tem um livro
em português: À Sombra do Templo). Um jornalista perguntou-lhe: "É verdade que uma boa parte das afirmações históricas do Código Da Vinci são incorrectas?"
O historiador respondeu: "Quero pronunciar-me com ainda mais clareza: Nada daquilo que Dan Brown
afirma sobre acontecimentos históricos da Antiguidade
e da Idade Média está correcto. Nada."
!!!
Beijinhos.
Art, é isso mm q eu penso e daí q me tenhas interpretado bem :)
Tenho seguido atentamente as emissões sérias sobre o assunto!
Tb sabes/leste q poisei o livro mal o comprei e só fui ver o filme pq gosto de ter a minha opinião formada sobre as coisas [aqui o afirmei]!
Sou contra correntes...
Tomarei nota do livro de Oskar Skarsaune, mas neste momento, parei com o assunto!!!
Bom ler e sentir teu interesse por este[s] espaço[s] em meu jeito de 'correr de tecla'!!
bjs
Ah! Gostei imenso do paradoxo desta fotografia!! Singular!!
Olá!!!
:)
Olá Eli :)
Olá :-)
Obrigada lá pela visita
e eu sou a sulista (pode ver o meu profile).
Tambem gostei do filme e não li o livro.
Concordo plenamente com o que aqui diz!
Cumprimentos ;-)
Verdade Clife, as coisas rotulam-se mt rapidamente, sem preocupação [acto pessoal] de informação e apreensão!!
Gosto particularmente de Umberto Eco :)
Leste o ultimo livro? Um percurso mt interessante sob o ponto de vista humano e uma perspectiva mt vasta da cultura geral do [autor]/narrador!!
Se gostaste do 'post', fico satisfeita!
bjs
Bem-vinda Sulista! Ñ a sabia 'feminina' :)
Sensibilizada pelo seu olhar no espaço meu de alguns sentires!!
saudações amistosas
P.S. Ñ verifiquei o seu 'profile'... mais importante para mim é o q as pessoas escrevem e como se apresentam perante os olhares interactivos!
Então mts parabéns, amigo Clife!! Já a querer recuar no tempo :)
Q sintas muitas primaveras coloridas e um imenso oceano... azul azul!!
Considerei-me 'abraçada' ;)
bjs
'A Misteriosa Chama da Rainha Loana' [2005] assim se chama o romance de Eco!
Penso q dp desta obra já saiu mais alguma coisa, mas ñ te posso assegurar, Clife!
Já agora, eu ñ ensino nada :)
Sou tão aprendiz qt tu, acredita!
Sabes q ñ sei qual a obra a q pertence o capitulo 'Os Presepios de Satanás'? O tema pressupõe Idade Media... e ele é especialista!
Assim, fico à espera q por teu lado me ensines, 'tá?
bjs
A minha apreciação sobre o livro, que li, é muito idêntica à tua.
Acrescento apenas: as vendas são desproporcionadas relativamente ao valor do livro e o filme, por arrastamento, terá resultados bem superiores à sua verdadeira importância; também penso que o autor não teve a intenção de ser rigoroso com a História. Serviu-se dela e de algumas coisas já exploradas por outros escritores.
Isso já aconteceu, de resto, com muitos escritores, nomeadamente com o "nosso" Saramago (História do Cerco de Lisboa e o Evangelho Segundo Jesus Cristo, por exemplo). A diferença está "só" na qualidade literária que o Dan Brown não evidencia e que no Saramago é inquestionável.
Beijinhos.
Ainda bem q somos concordantes em tantos aspectos, Nilson!
Saramago.... claro q é inquestionável!
Tb o 'Memorial do Convento' está nessa linha!
Nem abordo a questão da disparidade de autores!
Bom sentir o teu olhar em meu espaço!
bjs
Concordo em pleno com as tuas menções ao filme… gostava porém de deixar a minha opinião pessoal em relação ao filme e ao livro. O livro não é de facto um exemplo ou particularmente atraente no que se refere ao seu género. O autor conseguiu reunir uma série de elementos clássicos que maravilham muitos leitores em todo o mundo e de algum forma reuni-los com inteligência, embora no meu ponto de vista, o sucesso do livro esteja apenas relacionado com toda a cena mediática criada em seu redor. No que se refere ao filme creio ter sido a adaptação possível da obra, não está de todo mal conseguida e não concordo de todo com as criticas serradas e brutais tecidas ao mesmo, contudo, está longe de ser um filme de excelência e mais uma vez, toda a cena mediática criada em seu redor foi, na minha óptica, a chave do seu sucesso.
Beijinhos.
Q bom saber q voltaste, Eros!
Mt sensibilizada pelo teu opinar, afinal tão concordante com o meu!
bjs
Post a Comment