Não fiz o que mais queria.
Nem há tempo de cantar.
Basta que fiquem suspiros
na boca do mar. (...)
Cecília Meireles, Metal Rosicler, 1960
Voltou Agosto. Mês de férias. A caminho do final do ano. Sim, chega Setembro logo a seguir. E Outono. Depois Inverno. E finalmente termina 2020. Muitos de nós respiraremos, aliviados. Um ano tremendo. Como tantos anos, terminados em 20, de décadas passadas.
Agosto é para mim, um mês especial. Sonhador, alegre, nostálgico. O mar, a praia, as viagens curtas. O início deste meu canto. Quatorze anos.
Mas, e este ano? A praia, o mar, de longe. Apenas para perder o olhar, respirar. Inspirar. Expirar. Lembranças de outros lugares, outros mares, outras praias. Outros verões.
Pela memória poética passam, como num filme, imagens, lembranças, pessoas, aromas.
Este ano, um receio de tudo e de todos. Nada é igual. Nada será igual.
O que nos reserva o futuro? Não sabemos. O presente estamos a vivê-lo com cuidados redobrados.
Este ano até nisto é especial. As nossas férias serão diferentes, estranhas. Mas não podem deixar de ser as nossas férias. Em tempos de COVID-19, sim. E por isso, bem diferentes.
Só a melancia, que se desfaz em água, nos traz a frescura e o sabor de Verão.
Mantenhamos o sorriso. É Agosto!
Miosótis (pseudónimo)
06.08.2020
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