créditos: Mariane Bach, Bach
Foi há 70 anos. Mas o mundo não esquece. Por mais que se procurem as palavras. Não saem.
Lágrimas.
Silêncios recolhidos.
Paz a todas as almas.
Paz a todas as almas.
Rosa de Hiroshima. Um poema escrito pelo grande compositor Vinícius de Moraes. O título é uma metáfora em protesto à explosão da bomba atómica na cidade de Hiroshima, no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial.
Bomba sobre Hiroshima
E rosa por que razão? A bomba é comparada com uma rosa, porque ao explodir, se assemelha a uma rosa depois de desabrochar.
A rosa, quase sempre, ligada à beleza da natureza. Neste poema remete para a 'rosa' de Hiroshima e suas horríficas consequências.
Já em 2006 publicara o poema A Rosa de Hiroshima. Mas continua a ser a mais bela homenagem feita em palavras.
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rosas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor, sem perfume
Sem rosa, sem nada
Vinicius de Moraes, Rosa de Hiroshima
Miosótis (pseudónimo)
06.08.2015
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4 comments:
Paradoxalmente sempre considerei a rosa de horoxima muito bonita.
Há uma elegância muito grande no seu desabrochar violento e horrífico. A incrível forca do minúsculo.
É uma das alturas em que estranhamente a beleza se torna fatal, letal. Mas hipnotizante.
O cogumelo atómico sempre exerceu este fascínio em mim.
Olá, Miosótis.
Feridas inesquecíveis e inultrapassáveis.
Mas, temo que o bicho homem não aprenda com seus erros.
bj amg
Interpretações, fascínios... Pedro.
Não vou dizer que a imagética não tenha uma certa beleza, até pela comparação ao desabrochar de uma rosa.
O problema é que a 'rosa de Hiroshima' desabrochou horrífica, com consequências ainda nos dias de hoje :-(
Abraços
Olá Carmen,
Tal como referia a Pedro, feridas inutrapassáveis, como escreveste. Horrores que não queremos ver repetidos :-(
Mas todos tememos os homens que só vêem poder. É sem dúvida a espécie mais destrutiva, a humana.
Bom fim-de-semana!
Beijos
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