credits: : New York Street Artist ‘Swoon’
Algo de errado se passa na minha vida. Eu adoro abraços, Mas tirando casos excepcionais, é raro abraçar alguém.
Quase não me lembro a última vez que abracei um amigo. Mas lembro perfeitamente de quando era pequena abraçar muitas vezes.
Nesta onda de abraços, recordo com ternura abraçar amigas, e amigos, alguns familiares. Mas agora, as coisas já não são bem assim.
Não consigo perceber por que razão os adultos, familiares e amigos, têm tanta dificuldade de se abraçar uns aos outros.
Até mesmo, a dificuldade em mostrar um simples gesto de carinho num momento de tristeza ou felicidade. Suponho mesmo que essa dificuldade se agrava mais nos homens (bem, não são todos iguais), e tomo como o exemplo os homens que tenho à minha volta.
Na prática de yoga, pratica-se muito o auto-abraço. Mas convenhamos, como sensação afectiva, não é nada parecida com aquela de ser abraçada por outra pessoa de quem gostamos e que nos quer bem. Nada, mesmo.
Reparo que nos filmes, séries de televisão, as pessoas se abraçam muito. Até já comentei isso com familiares, homens.
Resposta quase sempre: Isso é só na ficção. Na vida real as pessoas não andam por aí a distribuir abraços uns aos outros.
Mas não é verdade! Já tenho visto pessoas na rua a oferecer abraços, embora nunca me tenha cruzado com nenhuma dessas pessoas afectuosas, viradas para os outros.
Verdade que também não sei como reagiria a um abraço de um estranho.
Talvez seja o espelho da sociedade actual, egocêntrica, virada só para as selfies em qualquer canto e esquina.
Talvez as pessoas que gostam de dar abraços, tenham vergonha. Quero acreditar que sim. Admito que sou uma dessas pessoas tímidas.
Talvez eu me ande a dar com as pessoas erradas, não sei!
Miosótis (pseudónimo)
03.06.2017
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