Friday, July 07, 2017

A tristeza junca meus dias






créditos: Autor não identificado


Os que amei, onde estão? Idos, dispersos,
Arrastados no giro dos tufões,
Levados, como em sonho, entre visões,
Na fuga, no ruir dos universos…

E eu mesmo, com os pés também imersos
Na corrente e à mercê dos turbilhões,
Só vejo espuma lívida, em cachões,
E entre ela, aqui e ali, vultos submersos…

Mas se paro um momento, se consigo
Fechar os olhos, sinto-os a meu lado
De novo, esses que amei: vivem comigo,

Vejo-os, ouço-os e ouvem-me também,
Juntos no antigo amor, no amor sagrado,
Na comunhão ideal do eterno Bem

Antero de Quental, Com os Mortos


Miosótis (pseudónimo)


07.07-2017
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4 comments:

Luna said...

os que amamos e partiram seja da forma que for vão sempre continuar perto de nos.

Mar Arável said...

Inevitáveis
os ciclos das marés

MS said...

Sim, verdade, 'luna luna'... mas o momento da partida é sempre muito doloroso :-( E essas imagens ficam gravadas por muito tempo.

Muito sensibilizada pelas palavras afectuosas.
Beijo

MS said...

Eu sei, 'Mar Arável'... e já devia ser mais resiliente, depois de tantos 'ciclos das marés':-( Mas cada ciclo de maré que se afasta, continua a bater forte.

Sensibilizada pelo teu apoio amigo.
Beijo