Sunday, June 12, 2016

Eric Clapton : tears in heaven ?






Eric Clapton
Créditos : Getty Images

Foi com muita tristeza que hoje li no The Telegraph que Eric Clapton padece de doença irreversível do sistema nervoso que o impede de tocar.

O lendário Eric Clapton, um dos meus guitarristas preferidos, e um dos mais famosos da história da música, luta para conseguir tocar o instrumento que lhe conferiu a fama. Guitarra.
Clapton vive de novo um grande drama. Ninguém esquece a terrível morte de seu filho, há uns anos atrás. Para Conor, escreveu Tears in Heaven que comoveu o mundo. E que continua a ser um tema muito querido de muitos de nós. 




Numa entrevista à revista Classic Rock, ontem dia 11 Junho, o músico britânico revelou que sofre de danos irreparáveis do sistema nervoso que o impossibilitam de tocar guitarra como antes.



créditos: Minoru Tsubota, 2002

"It started with lower back pain, and turned into what they call peripheral neuropathy - wich is where you feel like you electric shocks going down your leg. It's hard work to play the guitar and I've had to come to terms with the fact that it will not improve."
Eric Clapton, Classical Rock


Eric Clapton
credits: Eric Clapton site
Fiquei chocada. Não esperava, até porque Clapton editou há pouco tempo um novo CD  I Still Do, Maio 2016.
Apelidado de “Deus”, nos anos 60, o guitarrista afirmou, apesar do drama, que aceita as novas dificuldades e que sua saúde não vai melhorar.



”Como estou a recuperar do alcoolismo e do vício de drogas químicas, considero uma coisa fantástica estar vivo. Pela lógica, eu deveria ter morrido há muito tempo atrás. Por algum motivo, fui retirado das garras do inferno e me deram uma nova chance."
Clapton esquece que tem um anjo da guarda lindo, zelando por ele? Seu filho Conor que partiu tão prematuramente.



Eric Clapton

credits: Larry Busacca/ Getty Images


Depois dessa fase mergulhado na droga, Clapton reapareceu na banda mítica dos Dire Straits. Aos poucos reabilitou-se e conseguiu criar uma sólida carreira  a solo. 



Nest final de tarde, em que o nevoeiro se adensou sobre a cidade, e as gotas de chuvam caem silenciosamente para além da vidraça, aberta sobre o horizonte, estas se confundem no meus olhos, ouvindo a música, enquanto escrevo.

Como é possível um músico que toca tão divinamente ser impedido de o fazer sob pena de sofrer dores insuperáveis? 






Eric Clapton, que acaba de lançar I Still Do, seu 23º álbum, considera, mesmo assim, que o novo CD está longe de ser um adeus à sua carreira. 
E considera-se privilegiado pelo tempo de vida que tem tido. Vêmo-lo aqui em conversa quase intimista sobre rock & blues.
I Still Do é uma homenagem aos amigos, aos familiares e aos músicos que tocaram com Clapton nos últimos anos, segundo o que disse à imprensa,

Pude ouvrir vários temas no YouTube, mesmo o álbum completo. Optei Catch the Blues. Adoro blues. E este tema tocou-me profundamente. 







A música apazigua-nos a alma, o olhar vê mais além, os pensamentos soltam-se, deixando de lado tormentas de alguns momentos de desassossego.

Uma homenagem a todos os músicos, seres quase 'divinos', inspiradores do nosso quotidiano. Da vida. Mesmo em tempo de Primavera que teimosa não se afasta do longo Inverno.


 "Non impedias musicam"

Paul Claudel/ L'Ecclésiastique


Miosótis (pseudónimo)

fragmentos da noite com flores

12.06.2016

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11 comments:

Suzete Brainer said...

Fiquei triste com esta notícia.
Eu amo a expressão musical do Eric Çlapton,
ele é genial na música, adoro assistir os
DVDS dele. E sou apaixonada pelo Blues e
ele como Mestre do Blues com esta dolorosa
(profunda) limitação, muito difícil mesmo.

Preciosa partilha e triste acontecimento.
Beijos, querida

Manuel Veiga said...

os deuses levam cedo aqueles que amam...

beijo

Mariazita said...

Fiquei muito triste com esta notícia, pois não sabia da doença deste artista de quem tanto gosto, e que considero um dos maiores guitarristas mundiais.
Eric Clapton tem uma força interior muito grande, pois só assim se pode sobreviver, sem toldar o juízo, à perda de um filho, e agora aceitar, com aparente descontracção e esperança, uma doença que tanto vai limitar a sua actividade como guitarrista.
Lamentável o que está a acontecer, muito triste, mesmo.

Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

Mar Arável said...

Os meus milagres são fáceis de explicar

Lídia said...

inesquecível, este senhor

MS said...

Suponho que todos ficámos em choque, Suzete. Um músico com uma bela inspiração musical, excelente guitarrista. Entre os melhores.

Sim, e no blues, são poucos os que o igualam. O ritmo que vem de dentro. É também um dos meus músicos de referência.

Associei Clapton de imediato a Beethoven. Muitas vezes a perda de audição não coarta e/ou diminui a inspiração. É a alma que aí escuta.

Beijos, querida amiga
(em falta, mas volto brevemente a visitar seu espaço poético)

MS said...

... para nossa grande mágoa :-(

beijo, Herético

MS said...

... para nossa grande mágoa :-(

beijo, Herético

MS said...

Acredito, Mariazinha. Todos nos sentimos chocados, entristecidos, com mais uma perda na vida de Clapton.

É, sem dúvida, um dos maiores guitarristas mundiais. Com uma musicalidade muito bonita e de muita qualidade melódica e ritmíca.

Concordo consigo... tem uma luz interior muito especial. O seu 'pequeno anjo da guarda' não o deixa esmorecer.

E tal como já escrevi em comentário-resposta a Suzete, Beethoven continuou a compôr e algumas das suas obras maiores, já foram criadas numa fase de surdez muito acentuada.

Boa semana.
Beijinhos,

MS said...

Vou tentar 'descobrir' teus milagres, 'Mar Arável'.

MS said...

Inesquecível. E sempre activo, rumo a novos projectos, e novos desafios.

Muito obrigada pela sua visita e comentário deixado, Lídia.

Uma boa semana!