France, 2014
Gosto de cinema francês. E na hora actual, depois do grandes vultos já quase todos desaparecidos, é na comédia que os franceses são excelentes. Comédia de costumes, de crítica social, uma comicidade tipicamente francesa que, quando bem conseguida, nos agarra de uma ponta à outra, em tons hilariantes.
Pois bem, desta vez, levada pelo actor Christian Clavier que tem aquela incrível personagem em Que mal fiz eu a Deus ?, fiquei com a ideia que o filme Não incomodar, tradução de Une heure de tranquillité, poderia ser uma história cheia de peripécias tão boas quanto o anterior. Não foi assim.
Mas passemos ao filme. Michel Leproux, aparentemente homem de família, é um apaixonado pelo jazz. Passeando pela Foire aux Puces, descobre um álbum raro em vinil de Paul Youart, músico por quem nutre uma imensa admiração. Há muito que procurava este álbum raro.
Pois bem, desta vez, levada pelo actor Christian Clavier que tem aquela incrível personagem em Que mal fiz eu a Deus ?, fiquei com a ideia que o filme Não incomodar, tradução de Une heure de tranquillité, poderia ser uma história cheia de peripécias tão boas quanto o anterior. Não foi assim.
Mas passemos ao filme. Michel Leproux, aparentemente homem de família, é um apaixonado pelo jazz. Passeando pela Foire aux Puces, descobre um álbum raro em vinil de Paul Youart, músico por quem nutre uma imensa admiração. Há muito que procurava este álbum raro.
Christian Clavier | Michel Leproux
Encantado, apressa-se para voltar a casa e poder ouvi-lo na tranquilidade da sua sala de estar, fruindo do encanto do tema Me and Myself (já de si convincente).
No entanto, algo se vai passar que o impedirá de concretizar este desejo simples. O momento não poderia ser pior.
Sua mulher decide fazer-lhe uma revelação surpreendente, o filho irrompe pela casa, a empregada quer aspirar a sala de estar.
Christian Clavier & Rossy de Palma
Não pára por aí. Um dos vizinhos bate à porta, reclamando problemas de infiltrações no seu andar.
É que no momento, decorrem obras num dos quartos da casa, a cargo de um trabalhador polaco… ou será português?
A melhor amiga da mulher, com quem mantém uma relação extra-conjugal, está à porta com uma crise de consciência, e os migrantes que o filho acolhia no sotão do edifício, vêm instalar-se no seu apartamento.
A melhor amiga da mulher, com quem mantém uma relação extra-conjugal, está à porta com uma crise de consciência, e os migrantes que o filho acolhia no sotão do edifício, vêm instalar-se no seu apartamento.
Carole Bouquet
Já para não falar na famosa "festa de vizinhos" que acaba por ter lugar - imagine onde - na sua sala de estar.
Enfim, uma série de peripécias que teriam os ingredientes certos para uma comédia divertidíssima. Mas não é.
Enfim, uma série de peripécias que teriam os ingredientes certos para uma comédia divertidíssima. Mas não é.
http://www.allocine.fr/
Une heure de tranquillité é a adaptação de uma peça de teatro, protagonizada por Fabrice Luchini, um actor brilhante do actual cinema francês. E um diseur incomparável. Ouvir a dicção de Fabrice Luchini é mergulhar na essência da língua francesa.
Não duvido que a peça tenha sido um sucesso, como peça de teatro. O mesmo não se pode dizer da adaptação cinematográfica. Um desastre.
As críticas, mesmo francesas, são muito negativas. Por aqui também, embora alguns pró-intelectuais do cinema de autor tente ver uma obra de arte.
Não, não é um filme de autor. Não confundamos as pessoas, nem os conceitos.
Realizada por Patrice Leconte, a película foi filmada em cinco semanas, num só espaço e de forma cronológica.
Não duvido que a peça tenha sido um sucesso, como peça de teatro. O mesmo não se pode dizer da adaptação cinematográfica. Um desastre.
As críticas, mesmo francesas, são muito negativas. Por aqui também, embora alguns pró-intelectuais do cinema de autor tente ver uma obra de arte.
Não, não é um filme de autor. Não confundamos as pessoas, nem os conceitos.
Realizada por Patrice Leconte, a película foi filmada em cinco semanas, num só espaço e de forma cronológica.
Une heure de tranquillité
A peça passa-se toda num salão. O filme passa-se essencialmente na grande sala, mas expande-se por diversas divisões do apartamento. E em parte, pela escadaria de acesso.
O argumento foi escrito pelo autor da peça de teatro, Florian Zeller. A ideia da história ocorreu a Zeller durante umas férias com amigos, à volta de conversas e situações vividas. Que essas sim, devem ter sido espantosas de humor.
Não se deixem iludir pelo trailer. Os momentos divertidos estão no trailer, mas nenhuma surpresa durante o filme.
Passados os minutos iniciais de expectativa, tendo na memória presente Que mal fiz eu a Deus?, foi com muita paciência, por vezes impaciência, que aguardei o final. O ambiente na sala era unânime.
Filme decepcinante, para a maioria dos espectadares que sairam, com ar de enfado, a que juntaram alguns comentários desabonatórios.
O pormenor do trabalhador, na peça de teatro, um polaco, passar a português, é ridículo. Fora de qualquer contexto social actual.
Passados os minutos iniciais de expectativa, tendo na memória presente Que mal fiz eu a Deus?, foi com muita paciência, por vezes impaciência, que aguardei o final. O ambiente na sala era unânime.
Filme decepcinante, para a maioria dos espectadares que sairam, com ar de enfado, a que juntaram alguns comentários desabonatórios.
O pormenor do trabalhador, na peça de teatro, um polaco, passar a português, é ridículo. Fora de qualquer contexto social actual.
Sente-se tudo com falta de espontaneidade. Actores 'ausentes', filmagem demasiado monótona. Actores como Christian Clavier, Nicole Bouquet saem desprestigiados.
Nem Rossy de Palma, que tantas gargalhadas nos arrancava nos filmes de Pedro Almodovar põe aí um pingo do seu antigo talento.
Nem Rossy de Palma, que tantas gargalhadas nos arrancava nos filmes de Pedro Almodovar põe aí um pingo do seu antigo talento.
Une heure de tranquillité
Quantoi ao album "Me, Myself and I" de Neil Youart, música e artista de jazz são pura invenção para a narrativa. Embora se oiçam sonoridades de uma melodia de jazz ao bom estilo, suponho, dos anos 50. Breves segundos de bom gosto.
Desilusão. Não gostei. E desaconselho. Vivamente.
Miosótis (pseudónimo)
fragmentos da noite com flores
12.07.2015
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