créditos: sem identificação, 2008
Posto à sombra dos cedros seculares,
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno. (...)
Antero de Quental, A um poeta
Noite sem estrelas, um céu de pranto feito, enevoamento do olhar, espaço sem murmúrios. Só tristeza.
O silêncio pôs-se na paisagem. Bruscamente. Como onda que abre túneis sulcados de lágrimas. E as flores perdem seu encanto.
E no entanto, dia de intensa primavera, noite de lua cheia, ante-véspera de domingo de Páscoa.
As flores de primavera deixaram de ser coloridas. E as flores perderam a alegria.
A irmã que não tive. A amiga presente em muitos momentos. Companheira de desabafos. Mútuos.
E partiu. De mansinho, sem uma palavra, desfez-se num suspiro. Na ausência dos que amava. Apanhada de surpresa.
Sensação desse desconsolo se queda em meu olhar, vago, desolado.
Minha alma deambula, ainda mais orfã, neste dia-a-dia, lacrimosa, procura algum sentido na ausência do abraço.
O caminho que atravesso é de tristeza. Mais um dia de silêncios. E uma noite de pensamentos cerrados.
Minha amiga distante.
Miosótis (pseudónimo)
09.04.2015
5 comments:
Gostei imenso dos dois poemas :)
beijo. solidário...
Abraço em silêncio
Emocionante e lindo! um beijo e um grande abraço
A Pedro,
Herético,
Mar Arável
Lilás
... agradeço imensamente o carinho aqui deixado, na partilha desta dor.
:-(
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