Sprig of Flowering Almond in a
Glass, March 1888
Vincent Van Gogh
Equinócio de primavera. Tem sido celebrado como um tempo de início e de renovação por culturas históricas.
Druidas e Pagãos reunem-se desde tempos imemoriais para ver o nascer do sol, e celebrar a antiga deusa Eostre Saxon que simboliza a fertilidade e novos começos.
As estrelas suaves da primavera estão voltando. Bem-vindas ao nosso céu, afugentando assim os horizontes azul-aço do inverno.
As flores despontam as suas pétalas, alegres, coloridas, algumas mais cedo do que o esperado, as árvores vestem-se lentamente de verdes folhas.
E com o equinócio da primavera, veio o eclipse do sol em peixes. Tempo de iniciar um caminho de amor e fraternidade.
Sabemos que nada é estático, que tudo está em movimento, acreditamos no nosso poder para esta nova jornada. Olhar esse novo Sol que se apresenta no horizonte do coração.
Mas hoje é também Dia Internacional da Felicidade. A alegria de estar presente e prontos para amar, continuar, sentir a luz entrar, inundar as nossas células. A nossa capacidade de desfrutar de uma vida agradável, feliz, depende da nossa serenidade.
Abrir os braços, sentir esta nova energia que chega para fazer ver o mundo, as pessoas, com mais humanidade.
Este meu lado espiritualizado, muito ligado às coisas da alma, à força do sol, da natureza. Este é o tempo da poesia.
E já que amanhã é Dia Mundial da Poesia...
Abre-te, Primavera!
Tenho um poema à espera
Do teu sorriso.
Um poema indeciso
Entre a coragem e a covardia.
Um poema de lírica alegria
Refreada,
A temer ser tardia
E ser antecipada.
Dantes, nascias
Quando eu te anunciava.
Cantava,
E no meu canto acontecias
Como o tempo depois te confirmava.
Cada verso era a flor que prometias
No futuro sonhado…
Agora, a lei é outra: principias,
E só então eu canto confiado.
Tenho um poema à espera
Do teu sorriso.
Um poema indeciso
Entre a coragem e a covardia.
Um poema de lírica alegria
Refreada,
A temer ser tardia
E ser antecipada.
Dantes, nascias
Quando eu te anunciava.
Cantava,
E no meu canto acontecias
Como o tempo depois te confirmava.
Cada verso era a flor que prometias
No futuro sonhado…
Agora, a lei é outra: principias,
E só então eu canto confiado.
Miguel Torga, Primavera
Miosótis (pseudónimo)
20.03.2015