credits : Jodi McKee
E chega o dia em que temos que desmontar a árvore de natal. É um pouco triste. Habituámo-nos a ver a sala mais alegre, luminosa. E quando chegámos a casa ao final do dia, fugindo do frio gélido que se faz sentir lá fora, é bom ver aquele cantinho iluminado, as luzes que ligam e desligam, imprimindo um briho mágico às noites de Dezembro.
A sala vai ficar mais triste. dir-se-ia mais vazia, menos aconchegante. E o acto em si é tristonho, é como o desfazer de um sonho que durou até ontem, noite de Reis.
E o pior, é mesmo retirar um a um os enfeites vermelhos, os laços doirados, ver o chão, as mãos, as roupas cheios de brilhantes. Instala-se assim uma pequenina nostalgia no olhar.
E depois fechar os ramos, melhor hastes, despidos, solitários, que se vão dobrar para que o pinheiro possa caber de novo na caixa de cartão. Nem sempre fácil fazer a árvore entrar de novo, ficar tristemente aguardando até ao próximo Natal. E as luzes? Tarefa difícil dobrar os fios, dado que a siamesa que por aqui habita, se entretém, emaranhando-se neles aos saltos, com divertida alegria.
Fica tudo demasiado triste a partir de hoje. Já uma pessoa se habituou a chegar a casa e a ver aquelas luzes que piscam tornando a sala toda imponente, mais quente.
Logo ao final do dia, quando regressar a casa e abrir a porta, não verei as luzes reflectirem-se nas paredes, iluminando até o hall da entrada.
É por isso que não gosto muito da noite de reis. Embora a simbologia seja muito apelativa. Marca a data para católicos, e ortodoxos, o dia para a veneração aos Reis Magos, que a tradição surgida no século VIII, converteu em Melquior, Gaspar e Baltazar.
credits: non-identified (?)
Lá comi os vagos de romã que deveria ter sete bicos, mas não encontrei quando entrei apressadamente no supermercado, amontoado de gente. A euforia das lojas e supermercados ainda não acabou?
Pois a romã, segundo a tradição, deverá ter sete bicos, para os mais supersticiosos, para se ter dinheiro todo o ano, ou pelo menos, para que o dinheiro não falte.
Miosótis (pseudónimo)
07.01.2015
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6 comments:
belo e sensível texto
beijo
Belos os mares desgrenhados
Não comi a romã, mas partilho contigo oa nostalgia de desmanchar a árvore, ficou umm grande vazio!.
Bjs
Sempre atento, afectuoso, 'Herético'.
Beijo
Também podem ser belos, sim 'Mar Arável', mas temerosos.
Eu adoro romã, para além da tradição e da simbólica que preservo.
Ainda bem que compreendes esta súbita nostalgia que se solta quando temos que desfazer a árvore de Natal. Com ela vai a magia das noites mais luminosas do mês.
Beijos, Lilás.
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