Thursday, January 19, 2006

Dos sons




Imagem (sem autor registado) *

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Há meses que não parto para um concerto de jazz! Sinto-me solitária de mais! Só a musica de jazz me traz o eco de meu sopro!

Claro que posso ouvir no meu canto, durante os trajectos diários, citadinos... mas um concerto ao vivo é mesmo uma sensação única, forte, intimista!

É um olhar que se prende num palco meio obscurecido, onde os spots batem em jogos monocromáticos, incisivos, sobre seres tão solitários quanto eu! Os músicos, poisados num espaço de onde espalham seus próprios sentires através dos instrumentos a solo com que se identificam.

A palavra solista transporta uma carga profunda, forte, grandiosa! Do italiano solo ou talvez do castelhano solo (os linguistas dividem-se...) palavra que significa trecho musical para ser tocado a solo.

Como é fácil transportar conceitos musicais para muitos de nós, seres a solo em plena travessia universal, tempos de solidão que vão escorrendo pelos muros das sociedades actuais! Descompassos de um trecho não musicado!

A alma é isso! Liberdade de sonoridades, soltas das grilhetas sociais, correr correr veloz, alto bem alto, e poisar algures em paisagens incertas, mas tão intensas e familiares que um doce bem estar se expande em cadências rendidas de emoções!

Ouvir Marsalis! Grito que não se sufoca, nem se abafa, solta-se agudo, largho! Em fusão com outros sons, suaves, dóceis, lânguidos, deambulações sonhadoras em bosques silenciados da memória.


"The most important thing about Marsalis is that he truly loves communicate the essences of music to his fellow musicians and to his audiences."

Stanley Crouch

Miosótis (pseudónimo)

(texto original)


fragmentos da noite, ao som de As time goes by - Rod Stewart & Queen Latifah
19.01.2006

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1 comment:

MS said...

Gostei q tivesses passado por aqui!
Saudações_netianas