Sunday, September 13, 2015

Voltou Outono






Japanese bonsaï


Nesta época do ano, tendo a olhar pela janela, atenta às alterações de mudança de estação. Tãp rápido! Ainda ontem era verão

Na segunda-feira, estive na praia. Tempo quente. Depois, sentei, já bem no final da tarde, numa esplanada frente ao mar. 

Aproveitava o pôr-do-sol, lendo, enquanto degustava um crepe aromatizado de canela.

O Outono entrou de rompante. A natureza inicia sua transmutação. O equinócio anuncia-se por perto.

Adentra-se a luminosidade ténue, os dias mais curtos, a noite desce sem lentidão. 

Observo as folhas. Já vagueiam soltas, caidas das árvores, espalhadadas pelas ruas. 

E há o friozinho pela manhã, e no quebrar da tarde. O verão está quase no fim. É hora de me preparar para a temporada de inverno. 

Embora tente lutar contra isso, esta é a época do ano em que minha mente se torna um pouco mais triste. Sorriso menos solto.

Penso nas pessoas que não estão mais em minha vida. E nestes últimos meses, tenho sido fustigada com a perda de amigos.

Um arrepio de frio. Olhando, de novo, para lá da minha janela, a noite chegou mais fresca, hoje, céu de semblante sombrio, carregado da cor de bréu.

Não há estrelas. Apenas ao longe as luzes da cidade. Também elas mais solitárias.


O outono amarelece e despoja os lariços.
Um corvo passa e grasna, e deixa esparso no ar
O terror augural de encantos e feitiços.
As flores morrem. Toda a relva entra a murchar

Manoel Bandeira, Crepúsculo de Outono
(excerto)


Miosótis (pseudónimo)
13.09.2015
Copyright ©2015-fragmentosdanoitecomflores Blog, fragmentosdanoitecomflores.blogspot.com® 

10 comments:

Unknown said...

Como a entendo quando diz que esta época a torna "mais triste" - também em mim reconheço essa tristeza trazida pelo cinzento dos dias frios e húmidos. É uma luta constante a contrariar essa melancolia cinzenta e muitas vezes dou-me por rendida, perdida "como que sonâmbula de uma noite que cheira a desconforto" - tal como confessou na postagem do outono passado ;)
Conforte-nos o calor das cores da natureza quando despe as árvores do caminho, abrindo espaço aos raios tímidos do sol.

bj amg

martinealison said...
This comment has been removed by the author.
martinealison said...

Bonjour chère amie,

J'ai lu avec beaucoup de plaisir votre petit billet. Tout comme vous je ressens cette nostalgie de l'été. Je n'aime pas du tout cette période de l'année où commence à mourir la nature. Mon coeur se serre.
Beaucoup de gens aiment l'automne, avec ses couleurs. En tant que peintre je reconnais que les couleurs automnales sont belles, mais pour moi les plus belles sont celle du printemps. Il y a alors tant de vie, d'espoir...

Merci pour cette belle description ou vos émotions me rejoignent...

Gros bisous ♡

Mar Arável said...

Que chova na boca dos amantes

Bem-vinda ao meu blogue

Manuel Veiga said...

suaves (e nostálgicas) as cores com que enfeitas o Outono...

e um prazer grande saborear teus textos - vinho raro!

beijo

MS said...

E então em dias como este, a tristeza cola-se à alma, não é mesmo, Carmen?

Também em mim, a luta é constante, e confesso, nem sempre saio vencedora...

E, no entanto, a semana esteve linda, já fria, mas o sol sempre foi animando os momentos do(s) dia(s).

Fique bem. Um domingo bom, o mais possível tranquilo.

Beijo amigo

MS said...

Bonjour chère Martine,

On se sent un peu perdue en automne-hiver. Comme la nature, on se replie, et des moments un peu sombres nous agacent...

Oui, vous pouvez regarder l'automne d'un oeil poétique qui se pose sur vos tableaux. Mais les jours de pluie, comme aujourd'hui, même les couleurs de l'automne deviennent plus sombres.

Merci à vous de vos gentilles visites. En attendant que vous ayez des beaux moments, en regardant vos paysages,

Je vous embrasse,

MS said...

A natureza ouviu a tua invocação, 'Mar Arável' !

Também tu és sempre muito bem-vindo ao meu blogue.

Bom domingo!

MS said...

... sempre é assim, cada vez que chega Outono. Tu me lês há tantos anos, Herético!

Desce a tristeza, o recolhimento.

Beijo grande,

MS said...

... sempre é assim, cada vez que chega Outono. Tu me lês há tantos anos, Herético!

Desce a tristeza, o recolhimento.

Beijo grande,