@dave_durden/ Pinterest
Quando vou à varanda e por lá fico, em silêncio a observar as plantas nos vasos, e a perder o olhar no universo, reparo que nada mudou.
O Sol continua a brilhar - só hoje se escondeu - o vento continua a soprar e a levar as nuvens ao sabor da sua vontade.
O verde voltou, esfuziante, cobrindo jardins em volta. E o arvoredo deixou de parecer fantasmagórico ao pôr-do-sol. Orgulhoso mostra-se emplumado de verdes folhas.
Os pássaros continuam a chilrear, alegres em comunhão com outros pássaros, por entre a folhagem das árvores, lá em baixo. Á noite, continuam. Animação sonora, cortando o peso do silêncio das casas que nos rodeiam.
O mar, bem lá longe, parece sereno. Tenho saudade de ir ver o mar. Deixar o olhar refugiar-se na sua tranquilidade, em dias de Primavera.
A Natureza continua seu ritmo, dir-se-ia indiferente ao flagelo que assola a Humanidade.
Premonitório o facto de não ter retirado a mensagem do canto direito, topo?
Precisamos da esperança, de nos atrevermos a sonhar, sem medos. Toda a humanidade. Abrir a porta. Sair. Rir com os amigos, abraçar a família, ouvir música.
Voltar aqui para deixar uma mesagem negativista? Não. Já vivemos isso no dia-a-dia, no pesadelo que teima em prevalecer. Doloroso. Medonho.
Voltei para poisar a esperança. Até para minha própria sanidade. E a de quase todos nós. Vamos todos ficar bem!
"Eu encontro esperança nos dias mais sombrios, e foco-me nos mais brilhantes. Eu não julgo o universo."
Dalai Lama
Miósotis (pseudónimo)
04.04.2020
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