Salvador Sobral
créditos:LUSA
Amar pelos dois, cantado por Salvador Sobral, ontem à noite no festival Eurovisão 2017 conquistou-me. E não estou sózinha. As redes sociais nacionais e internacionais não deixam de publicar ou falar do tema e da voz que o interpretou.
Os elogios à canção interpretada por Salvador Sobral chegam dos quatro cantos da Europa. E também da Austrália e do Brasil.
Sou daquelas que deixaram de ver o Festival RTP da Canção e Eurovisão, desde os anos 90. Confesso.
Mas, mal soube que Salvador Sobral iria estar na Eurovisão, volvidas duas décadas, dei por mim no sofá a assistir à Eurovisão. Só para ouvir Amar pelos Dois. Rendida. Emocionada.
Os elogios à canção interpretada por Salvador Sobral chegam dos quatro cantos da Europa. E também da Austrália e do Brasil.
Sou daquelas que deixaram de ver o Festival RTP da Canção e Eurovisão, desde os anos 90. Confesso.
Mas, mal soube que Salvador Sobral iria estar na Eurovisão, volvidas duas décadas, dei por mim no sofá a assistir à Eurovisão. Só para ouvir Amar pelos Dois. Rendida. Emocionada.
Salvador Sobral
créditos: Getty Images
Ouvi Salvador Sobral em 2016. Foi cantar o seu tema Excuse Me no programa 5 para a Meia Noite. Sempre o ouvi ligado ao jazz. Gostei da sua sensibilidade, da entrega ao que interpreta, da musicalidade inata. A partir daí, passei a segui-lo nas redes sociais.
Já este ano, tive a supresa de o ver cantar ao vivo, num concerto da sua irmã Luisa Sobral na Casa da Música no passado mês de Fevereiro. Toda a gente adorou. Uma surpresa encantadora.
Uma sonoridade linda, a voz flui e solta-se como instrumento de plena sensibilidade, entregando-se livremente à improvisação que o jazz lhe permite.
Salvador Sobral
créditos: Getty Images
Amar pelos dois, tema composto por Luísa Sobral, conquistou muitos, se não quase todos. A musicalidade do tema acústico é fascinante. E na voz de Salvador, torna-se quase sagrado.
São os versos límpidos desta poesia, o encanto perdido em cada palavra, em cada som, em cada apaixonada rima.
Já deu para entender que estou apaixonada pelo tema e por Salvador Sobral. Pela voz, pela alma que desnuda quando canta, pela simplicidade, pela espontaneidade quase infantil.
Mais, admiro a sua postura perante a exposição mediática que olha com humildade. E até aproveita para fazer um apelo humanitário em nome dos refugiados na Europa.
E admiro a sua rejeição de expor a doença que só hoje compreendi de imensa gravidade. Uma vida jovem presa por um fio. Terrível.
E olhar para Salvador com aquele seu jeito aparentemente despreocupado. A esperança no olhar. A tristeza que aparece mesmo sem querer. A imensidade do talento. Inato. Arrebatador. Enternecedor.
São os versos límpidos desta poesia, o encanto perdido em cada palavra, em cada som, em cada apaixonada rima.
Já deu para entender que estou apaixonada pelo tema e por Salvador Sobral. Pela voz, pela alma que desnuda quando canta, pela simplicidade, pela espontaneidade quase infantil.
Mais, admiro a sua postura perante a exposição mediática que olha com humildade. E até aproveita para fazer um apelo humanitário em nome dos refugiados na Europa.
E admiro a sua rejeição de expor a doença que só hoje compreendi de imensa gravidade. Uma vida jovem presa por um fio. Terrível.
E olhar para Salvador com aquele seu jeito aparentemente despreocupado. A esperança no olhar. A tristeza que aparece mesmo sem querer. A imensidade do talento. Inato. Arrebatador. Enternecedor.
Quando o oiço cantar Amar pelos Dois, voo até à voz de Elis Regina. Inesquecível. Duas sensibilidades tão sui generis.
Salvador deixa transparecer toda a musicalidade que lhe advém da audição e aprendizado dos grandes nomes do jazz, como confessa com admiração estampada no brilho do olhar.
Salvador Sobral e a sua equipa abdicaram do aparato cénico. Um pequeno círculo colocado no meio do público. Um despojamento estético lindo. O único intérprete que não cantou no enorme palco, mas no meio dos espectadores.
As imagens de Lisboa. A Bica, a livraria Ler Devagar, as tonalidades em azul-noite lindo. Laivos de verde. Vida.
As luzes desligaram-se e o público ligou os telemóveis, iluminando o único intérprete, suponho, que cantou na sua língua. A nossa língua portuguesa.
Fez-se silêncio. Soaram as cordas, o piano, e o poema feito de palavras. Doce. Nostálgico. Destemperadamente deslumbrante.
A voz e a capacidade de reinventar a interpretação de Amar pelos Dois em cada actuação. Nada em Salvador e na sua voz é normal, medíocre, desinteressante. Tudo é beleza pura.
Fechar os olhos. Deixar-se levar no encanto pendente, na emoção sentida, quase que a querer agarrar o destino, na dor do desencontro, e sentir a imensa vontade de nunca deixar de sonhar.
Não vou debater a originalidade do texto musical. É óbvio que tudo hoje é criado pelo reinventar do que já foi escrito. Mas a musicalidade é intemporal. E tão deliciosa.
Salvador deixa transparecer toda a musicalidade que lhe advém da audição e aprendizado dos grandes nomes do jazz, como confessa com admiração estampada no brilho do olhar.
A música vai de alma para alma! É um sentir que vem bater-nos em cheio. Penetra mansamente no mais recôndito do nosso ser!
A musica é a alma por excelência! É a expressão mais libertadora de todos os sentires que nos enchem. Música é alma em toda a essencialidade! É eternidade! Espiritualidade!
Amar pelos Dois é alma. Autêntica a intenção de nos tocar. E toca.
Salvador Sobral e a sua equipa abdicaram do aparato cénico. Um pequeno círculo colocado no meio do público. Um despojamento estético lindo. O único intérprete que não cantou no enorme palco, mas no meio dos espectadores.
As imagens de Lisboa. A Bica, a livraria Ler Devagar, as tonalidades em azul-noite lindo. Laivos de verde. Vida.
As luzes desligaram-se e o público ligou os telemóveis, iluminando o único intérprete, suponho, que cantou na sua língua. A nossa língua portuguesa.
Salvador Sobral
créditos: Autor não identificado
Fez-se silêncio. Soaram as cordas, o piano, e o poema feito de palavras. Doce. Nostálgico. Destemperadamente deslumbrante.
A voz e a capacidade de reinventar a interpretação de Amar pelos Dois em cada actuação. Nada em Salvador e na sua voz é normal, medíocre, desinteressante. Tudo é beleza pura.
Fechar os olhos. Deixar-se levar no encanto pendente, na emoção sentida, quase que a querer agarrar o destino, na dor do desencontro, e sentir a imensa vontade de nunca deixar de sonhar.
Não vou debater a originalidade do texto musical. É óbvio que tudo hoje é criado pelo reinventar do que já foi escrito. Mas a musicalidade é intemporal. E tão deliciosa.
Posso parecer parcial. Afinal música é um acto de magia muito próprio que vai directo à nossa alma. E esta vem de encontro à minha. Um bem haja, Salvador Sobral.
Miosótis (pseudónimo)
10.05.2017
Copyright ©2017-fragmentosdanoitecomflores Blog, fragmentosdanoitecomflores.blogspot.com®
Miosótis (pseudónimo)
10.05.2017
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