Tuesday, July 16, 2024

Luis de Camões : 500 Anos em celebração nacional ! Tão merecida !

 






Luis de Camões
ilustração Susa Monteiro
Público


Eu cantarei de amor tão docemente,

Por uns termos em si tão concertados,

Que dous mil acidentes namorados

Faça sentir ao peito que não sente.

 

Farei que amor a todos avivente,

Pintando mil segredos delicados,

Brandas iras, suspiros magoados,

Temerosa ousadia e pena ausente.

 

Também, Senhora, do desprezo honesto

De vossa vista branda e rigorosa,

Contentar-me-ei dizendo a menor parte.

 

Porém, para cantar de vosso gesto

A composição alta e milagrosa,

Aqui falta saber, engenho e arte.


Luis de Camões. Eu cantarei o amor tão docemente


Luís de Camões, um génio arruivado, escrevia como ninguém. Na celebração dos 500 Anos do seu nascimento, pouco se sabe da vida do poeta. Escreveu Os Lusíadas. E dos mais belos poemas da lírica portuguesa.







Sonetos
Luis de Camões
escolhidos por Eugénio de Andrade
Assírio & Alvim, 2020


"Volto às palavras iniciais: este é o mais fascinante livro da nossa poesia, a suprema festa da língua. E não apenas isso: estão aqui alguns dos raros versos – como dizer? – que participam da respiração do mundo e da pulsação das estrelas. Temos de pensar em nomes máximos, Virgílio, Dante, Shakespeare, S. João da Cruz, para encontrar igual esplendor. Igual, não maior. E não são exageros nacionalistas, que nunca tive, nem creio que venha a ter." 


Eugénio de Andrade, in Sonetos de Luis de Camões


As celebrações iniciaram-se a 10 de Junho 2024 e vão prolongar-se até 10 Junho 2026.

Estejamos atentos ! Apesar de muito estar por explanar. Um programa definido? Para quando?







Luis de Camões
A global Poet for Today
Luis de Camões, Thomas Earle, Helder Macedo
ilustração André Carrilho
Lisbon Poets & Co.


The existential pilgrimage recorded in Camões' poetry is a search for something as revolutionarily modern as the pursuit of happiness on earth. His majestic epic poem, The Lusiadas, centred on the pioneering voyage of Vasco da Gama to the East, which opened the doors of Renaissance Humanism to the  world, is as much the celebration of a nation (Portugal) as an auto-biographical representation of his own life. 

C. M. Bowra characterizes it "the epic of Humanism" and Schlegel "the supreme example of epic poetry". But Camões’ lyric poetry is no less impressive.

This bilingual edition, organized by two of the author's most prominent scholars, provides an ample selection of the lyric and the epic, avoiding constrictions of rhyme and metre. Camões' poetry helps us to understand the time in which he lived but also our own time.


"O maior drama com Camões é a quantidade de portugueses que não o leram. Mas não é um drama por aí além: convém a muita gente dizer que é um caso perdido."

Miguel Esteves Cardoso, Cinco mistérios sobre Camões
in Publico, Junho 2024


"Que eu canto o peito ilustre Lusitano..."
Luis de Camões

Miosótis (pseudónimo)

16.07.2024

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