Thursday, August 06, 2015

A Hiroshima !





créditos: Mariane Bach, Bach


Foi há 70 anos. Mas o mundo não esquece. Por mais que se procurem as palavras. Não saem.


Lágrimas. 

Silêncios recolhidos. 

Paz a todas as almas.

Rosa de Hiroshima. Um poema escrito pelo grande compositor Vinícius de Moraes. O título é uma metáfora em protesto à explosão da bomba atómica na cidade de Hiroshima, no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial.




Bomba sobre Hiroshima

E rosa por que razão? A bomba é comparada com uma rosa, porque ao explodir, se assemelha a uma rosa depois de desabrochar. 

A rosa, quase sempre, ligada à beleza da natureza. Neste poema remete para a 'rosa' de Hiroshima e suas horríficas consequências.

Já em 2006 publicara o poema A Rosa de Hiroshima. Mas continua a ser a mais bela homenagem feita em palavras.







Pensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rosas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas, oh não se esqueçam

Da rosa da rosa

Da rosa de Hiroshima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

A rosa com cirrose

A anti-rosa atômica

Sem cor, sem perfume

Sem rosa, sem nada




Vinicius de Moraes, Rosa de Hiroshima


Miosótis (pseudónimo)


fragmentos com flores, som de Rosa de HiroshimaNey Matogrosso ( ao vivo)

06.08.2015
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4 comments:

Pedro Costa said...

Paradoxalmente sempre considerei a rosa de horoxima muito bonita.
Há uma elegância muito grande no seu desabrochar violento e horrífico. A incrível forca do minúsculo.

É uma das alturas em que estranhamente a beleza se torna fatal, letal. Mas hipnotizante.
O cogumelo atómico sempre exerceu este fascínio em mim.

Unknown said...

Olá, Miosótis.
Feridas inesquecíveis e inultrapassáveis.
Mas, temo que o bicho homem não aprenda com seus erros.

bj amg

MS said...

Interpretações, fascínios... Pedro.
Não vou dizer que a imagética não tenha uma certa beleza, até pela comparação ao desabrochar de uma rosa.

O problema é que a 'rosa de Hiroshima' desabrochou horrífica, com consequências ainda nos dias de hoje :-(

Abraços

MS said...

Olá Carmen,

Tal como referia a Pedro, feridas inutrapassáveis, como escreveste. Horrores que não queremos ver repetidos :-(

Mas todos tememos os homens que só vêem poder. É sem dúvida a espécie mais destrutiva, a humana.

Bom fim-de-semana!
Beijos